sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FANFIC - WITHOUT YOU - CAPÍTULO 8



Título: Whitout You 
Autora(o):
 Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Shipper: Robsten
Gênero:
 Romance, drama
Censura:
 
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Capítulo 8

Era como estar sufocando.
Por um momento, a possibilidade passou pela minha mente e por mais estranho que parecesse foi depois que as palavras saíram da minha boca.
Eu podia mesmo estar grávida.
A constatação aterradora me deixou com um nó no estômago que nada tinha a ver com o enjoo que eu acabara de passar.
Eu estava apavorada.
O ar saiu pesado e rarefeito do meu peito e eu senti minha mente girando.
Oh Deus. Oh Deus.
E então eu fixei o olhar na última pessoa que queria que estivesse comigo naquele momento.
Rob me encarava de um jeito que eu nem soube definir.
Era como se estivesse tão paralisado quanto eu.
A situação era tão bizarra e estranha que eu teria rido, não fosse meu terror.
-Oh Deus. – murmurei por fim, levando a mão ao peito, onde meu coração batia feito chumbo.
Arrastei meus pés até a cama e me sentei, antes que caísse, ainda tentando sair do estupor.
-Kristen, eu… – Rob começou a falar, mas parou.
Talvez ele também não soubesse o que dizer.
Eu o fitei.
-Me deixa sozinha. – pedi num sussurro.
Eu não podia de maneira alguma encará-lo naquele momento.
Por um instante, eu achei que ele ia se opor, mas ele apenas saiu do quarto silenciosamente, fechando a porta atrás de si.
Assim que Rob saiu, eu olhei para fora. O dia amanhecia mais claro e sem sinal de chuva.
Mas dentro de mim estava tudo escuro.
Será que se eu me deparasse com esta suspeita em outro lugar, sem saber da existência de Rob eu estaria do meu jeito? Acho que eu nunca saberia. E na verdade não importava.
Eu tinha uma questão séria em minhas mãos e precisava achar um jeito de conviver com aquilo.
Estando ou não grávida.
Grávida. A palavra revirou meu estômago de novo.
Fechei os olhos com força lutando para respirar normalmente.
Entrar em pânico de nada ia adiantar.
Era uma suspeita bem real. Apavorante ou não.
E era realmente muito irônico que justamente agora eu me deparasse com aquilo
E a única pessoa testemunha do meu infortúnio fosse Rob.
Mas o que eu podia fazer agora?


Estava presa ali no meio do nada, até que a estrada voltasse a ser transitável.
E então eu partiria. Rob voltaria a ser apenas uma lembrança.
Mas não mais de alguém que eu amei e perdi e sim de alguém que me abandonou e continua por aí, enquanto eu sigo minha vida.
Com outro homem. E talvez mais alguém.
Fechei meus punhos com força. Tentando visualizar aquele futuro. Mas era impossível pra mim.
E tentar achar alguma solução era inútil.
Eu apenas podia torcer pra poder partir o mais rápido possível.
Me sentindo extremamente cansada emocionalmente, eu me deitei. Talvez devesse tentar dormir. Mas tinha certeza que não conseguiria.
Depois de um tempo eu desisti e me levantei, saindo do quarto.
Rob estava na cozinha e me encarou impassível.
-Está se sentindo melhor? – indagou.
Eu sacudi a cabeça afirmativamente.
Embora não soubesse dizer se ele perguntara sobre meu estado físico ou emocional.
-Sente-se e coma.
Eu fiz o que ele pediu, mesmo com medo de ficar enjoada de novo, mas isto não aconteceu.
Ele ficou ali comigo num silêncio tenso.
Será que não íamos mais tocar no assunto?
Eu sinceramente esperava que sim.
Falar com Rob sob aquela possibilidade era demais pra mim.
Mas, para meu assombro, ele quebrou o silêncio assim que eu acabei de comer.
-Kris… Se você quiser, eu posso levá-la até um vilarejo aqui perto, as estradas estão boas até lá.
Eu o fitei surpresa.
Ele parecia estar com uma dificuldade de se fazer entender.
-Se você quiser… comprar um teste.
Eu desviei meu olhar de novo, o rosto queimando.
Ele tinha mesmo que tocar naquele assunto, quando eu estava tentando esquecer?
Mordi os lábios com força. O que podia dizer?
De certa forma eu queria mesmo acabar logo com aquela dúvida. Então porque não aceitar a oferta dele?
Mas seria justo? Ou certo?
-Eu não posso… querer que você faça isto. – respondi por fim.
-Apenas faça se você quiser. Eu pensei que deve ser difícil ficar com esta dúvida.
-Eu sei… é realmente... – eu suspirei – muito ruim… eu realmente não sei o que pensar.
-Então faça.
Ele se levantou.
-Vou pegar as chaves do carro.
-Você tem um carro?
-Por que não teria?
Eu dei de ombros.
-Sei lá. Apenas pensei… deixa pra lá.
Ele me fitou meio divertido.
-Não escondi isto propositalmente, Kristen. De qualquer maneira não tinha pra onde ir com aquela chuva.
-Eu sei… esquece.
Eu o esperei em frente a casa quando ele apareceu com um carro que lembrava bastante a BMW super antiga que ele tinha em Los Angeles.
Eu tive que rir ao entrar.
-Parece aquele seu carro.
Ele sorriu também, dando partida.
-Antigos hábitos.
Nós seguimos pela estrada, e o sol começou a sair.
Deixei a janela aberta, o vento soprando meus cabelos e de novo meu estômago dando um nó. Não de enjoo, mas de puro medo.
E se eu tivesse grávida? O que faria.
Tentei racionalizar sensatamente.
Até chegar ali, tudo parecia muito fácil e certo.
Eu estava feliz. Eu queria mesmo construir minha vida com outra pessoa e deixar o passado pra trás.
Ou não?
Eu ainda podia fazer aquilo. Seguir em frente.
Então porque o simples fato de poder estar grávida estava acabando comigo?
Não seria a ordem natural das coisas?
Eu apenas queria que tudo voltasse a ser fácil.
Queria que aquela situação fosse fácil.
Mas claro que não era nada natural.
O homem ao meu lado não era de maneira alguma o pai da suposta criança que eu podia estar esperando.
E de repente eu entendi, com uma dor que suplantava o racional, que havia uma parte de mim que queria que eu estivesse fazendo um teste pra um filho nosso, meu e de Rob.
E por um momento insano eu cheguei a vislumbrar.
A sonhar que era verdade.
Que àqueles três anos não tinham existido. Que ele não me abandonara e se fingira de morto.
Que ele ainda me amava.
E que eu podia mesmo estar esperando um bebê nosso.
Mas nada daquilo era real ou possível.
Sim, eu podia estar grávida.
Mas este bebe não era de Rob.
Rob não fazia mais parte da minha vida e nunca mais faria.
Eu senti um vazio dolorido me corroendo por dentro.
-Chegamos.
Eu saí dos meus devaneios doentios e tínhamos parado o carro em frente ao que parecia uma farmácia.
-Você está bem? – Rob perguntou perscrutando meu rosto.
Eu sacudi a cabeça afirmativamente, tentando sorrir, mas foi só um engasgo.
-Estou… não, a quem estou tentando enganar... – murmurei como que pra mim mesma – estou apavorada... eu não… de maneira alguma esperava por isto. – confessei.
Rob fechou a porta do carro, que estava aberta para ele sair. Os dedos passaram febrilmente pelos cabelos desgrenhados.
-Kristen, talvez eu não seja a pessoa mais indicada a estar com você aqui, ou tentar dizer alguma coisa que a faça se sentir melhor. Droga, eu nem sei o que fazer com o fato de você estar aqui primeiramente, quanto mais estar levando você pra fazer um teste de gravidez.
-De um bebê que não tem nada a ver com você. – completei.
E estas palavras pairaram entre nós por um tempo como nuvens antevendo uma tempestade.
-Não deveria estar aqui. – murmurei por fim.
-Mas eu estou.
Eu o fitei.
E percebi o que ele queria me dizer.
Não interessa o que tinha acontecido entre nós até aquele dia. O quanto de sofrimento e rancor que havia.
Ele estava ali por mim.
E eu nem sei dizer o que foi que eu senti.
Foi um misto de sentimentos tão conflitantes e confusos que eu sacudia a cabeça.
-Vamos logo com isto. – falei, saindo do carro rápido.
Eu pedi para o atendente o que precisava, sem encará-lo.
Sabia que Rob estava bem atrás de mim e sabia bem o que o atendente deveria estar pensando.
Peguei o pacote e voltamos para o carro no mais absoluto silêncio.
Nós dirigimos naquele silêncio tenso até a casa.
Eu pulei do carro e fui para o quarto e me surpreendi ao ver Rob atrás de mim.
-Acho que eu… preciso fazer isto logo. – amassei o pacote nas minhas mãos trêmulas.
Rob deu um passo na minha direção.
-Kristen, eu… – ele parou, como se pensando no que dizer – eu sei que gostaria que outro cara estivesse aqui com você… mas se você… quiser… precisar… eu posso esperar o resultado com você.
A voz dele era tão cheia de uma resignação desolada que ameaçou romper com o pouco controle que eu ainda tinha.
Sacudi a cabeça negativamente.
-Prefiro fazer isto sozinha.
E sozinha, eu entrei no banheiro e fechei a porta atrás de mim.

Continua...

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