sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FANFIC - WITHOUT YOU - CAPÍTULO 7

Título: Whitout You 

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Shipper: Robsten
Gênero:
 Romance, drama
Censura:
 
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Capítulo 7

Demorou um tempo para que eu estivesse disposta a entrar de novo.
A casa estava silenciosa e Rob não estava em parte alguma.
Mas também não me interessava onde ele tinha ido.
Senti meu estômago roncando e preparei algo pra comer.
Rob apareceu, vindo de sabe Deus onde, os cabelos pingando levemente pela chuva.
Mordi os lábios para não perguntar onde ele estava.
-Espero que não se importe de eu estar usando sua cozinha.
-Não. Faça o que quiser. – respondeu sem entonação, saindo da cozinha.
Agora seria assim? Iríamos trocar poucas palavras educadas em vez de nos agredirmos mutuamente?
Eu deveria estar feliz com isto. Mas sentia apenas um vazio.
Talvez uma parte masoquista de mim gostasse de ficar discutindo com ele.
Assim, eu descarregava toda a raiva que sentia pelo o que ele tinha feito.
Tentei, comer, mas comecei a sentir um enjôo incômodo e desisti.
Olhei pra mim mesma ainda vestindo sua camisa. Era melhor eu tentar arrumar algo mais decente.
Me levantei indo para o quarto, mas parei ao vê-lo ali, acabando de abotoar uma camisa.
-Oh, me desculpa.
Eu desviei o olhar.
-Entre, já estava saindo.
Ele saiu rapidamente, sem me encarar.
Eu entrei, meio irritada.
Abri o armário e encontrei uma calça que talvez me servisse e a vesti.
E agora?
Eu ficava por ali esperando a hora que a porcaria da chuva passasse?
Rob com certeza não via a hora de se livrar de mim.
De repente a porta se abriu e Rob entrou, segurando várias roupas que jogou em cima da cama.
-Suas roupas secaram. – disse secamente – Hoje eu fui até a estrada. Ainda está intransitável. Mas a chuva parou. Mais uns dois dias e poderá partir.
E saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
Eu fiquei ali, parada, após sua entrada e saída intempestiva.
Sim, com certeza ele não via a hora se livrar de mim.
E eu não sabia por que isto ainda tinha o poder de me magoar.
Mas Rob tinha razão, quanto antes eu fosse embora melhor.


Arrumei minhas roupas de volta na mala e ao longe ouvi o som do violão.
Tive uma vontade quase irresistível de descer e ficar lá enquanto ele tocava. Mas eu resisti.
O melhor a fazer era evitá-lo ao máximo, como ele estava fazendo comigo.
Suspirando, peguei meu celular, mas ainda não havia o menor sinal.
A tarde passou devagar e eu fique deitada, olhando o teto. A chuva havia mesmo parado, mas o tempo ainda estava úmido e cinzento.
Rodei o anel no meu dedo. Ele nunca pesara tanto.
Mas ia continuar ali, para me lembrar da vida que eu tinha agora e que não incluía Rob.
Porque ele estava morto. E ia continuar assim.
De repente ouvi uma batida leve na porta e me sentei, meu coração batendo ridiculamente.
Rob abriu a porta.
-Eu preparei algo pra comer.
-Já vou descer.
Ele se afastou silenciosamente e eu mordi os lábios, nervosa.
Era tão… triste, este distanciamento.
Mesmo sabendo que era necessário. Discussão não levaria a nada.
E a chuva tinha passado e mais dia menos dia, eu iria embora.
Eu desci e tarde demais reparei, quando seu olhar me mediu de maneira estranha e depois se desviou rápido, que ainda usava as roupas dele.
Bom, que se danasse o que ele ia pensar.
Eu me sentei e comemos em silêncio.
Até que eu não aguentei mais aquela tensão e o encarei.
-Vamos, pergunte o que quer perguntar.
Ele levantou o olhar do prato e me fitou.
-O quê?
-Pergunte. Eu estou cansada deste silêncio opressor. Você está me ignorando, mas eu tenho certeza que quer saber.
Rob passou a mão pelos cabelos, suspirando pesadamente.
-O que você acha que eu quero saber?
-Sobre o homem com quem vou casar.
-Posso não estar interessado nisto.
Eu ri ironicamente.
-Duvido.
-Ok, Kristen.
Ele se levantou pegando os pratos da mesa.
-Vamos beber então, e você me conta o que está louca para contar.
Eu me levantei indignada.
-Eu não estou louca para contar nada!
Foi a vez dele rir, saindo da cozinha.
-Você não colocou este anel no dedo à toa. Ele não estava aí quando chegou aqui, e esteve guardado todo este tempo. Agora você quer jogar na minha cara que vai se casar.
Eu cruzei os braços em frente ao peito, pronta para negar.
Mas Rob tinha razão. Eu queria mesmo jogar na cara dele que tinha um homem na minha vida.
Eu precisava fazer aquilo.
Rob serviu dois copos de alguma bebida e me deu um copo. Eu peguei, sem me preocupar com o que era.
Talvez eu precisasse mesmo me embebedar.
-Então vamos lá, – ele se sentou – conte.
Eu me senti subitamente nervosa e levei o copo aos lábios. A bebida desceu queimando.
-O que quer saber?
-Estão juntos há muito tempo?
Ah Deus, aquilo era mais difícil do que eu esperava.
Eu me sentei bem longe dele.
-Alguns meses.
-E já vão se casar? – ele levantou a sobrancelha.
-Qual o problema?
-Deixa eu adivinhar: ele não é ator.
-Não, ele é ator.
-Eu o conheço?
-Não. Acho que não. Ou talvez sim. Seu nome e Ben. Ben Barnes.
Os olhos dele se estreitaram, reconhecendo o nome.
-Ele é inglês.
Eu senti uma satisfação mórbida com aquilo.
-Sim, ele é. Ele está gravando Breaking Dawn comigo. Ele está substituindo você, como Edward.
Rob ficou em silêncio por um tempo e era difícil saber o que ele estava pensando, enquanto esvaziava o copo e enchia de novo.
-Não sabia que tinham voltado à Saga. – sua voz era fria.
Dei de ombros.
-Eu não queria, por motivos óbvios, – eu ri nervosa – mas eles insistiram por todos estes anos. E eu resolvi que precisava terminar. Mesmo sem… você.
-E agora tem outro Edward.
-Sim. Ele já tinha feito o teste comigo naquela época. Pareceu natural ser um deles.
-E porque ele?
-O que quer dizer.
-O que ele tinha de diferente dos outros?
-Ele é um bom ator, bom para o papel. E está aguentando bem a pressão… de ser um substituto…
-Uma palavra bem ampla, substituto. – falou irônico.
-Pode ser irônico o quanto quiser. Você realmente está por fora de tudo isto?
-Isto não me interessa mais. Nada que… faça parte daquela vida.
-Eu achei que nada relacionado a mim te interessava, não o resto.
-É a mesma coisa.
Eu não respondi a sua observação estranha, tomando mais um gole da bebida.
-Michael deve ter ficado decepcionado.
Eu me levantei, irritada.
-Para de falar do Michael. Ele foi mais homem do que você.
-Mas você o largou de novo.
-Chega, não troquei nada! Ele é meu amigo.
-Você disse que tinham voltado.
-Você, mais do que ninguém sabe o sempre senti por ele. Sim, fomos namorados por um tempo, mas eu nunca fui apaixonada por ele, e não era porque você “morreu”, que eu ia mudar o que sentia. Michael estava lá pra me ajudar e ficou o quanto eu precisasse dele. Mas eu não pulei na cama dele assim que saí do seu enterro!
Eu respirei fundo quando parei de falar, braba comigo mesma por ter falando demais.
Eu não precisava ficar dando explicações para aquele cara que me abandonara sem um pingo de consideração.
-O que estava fazendo aqui na Irlanda? Veio encontrá-lo?
-Sim. E me perdi na estrada. Nesse momento ele deve estar bem preocupado por eu não ter aparecido.
Eu não queria dizer que todo aquele tempo que estava ali eu sequer tinha me preocupado com isto.
-Então vamos torcer pra que se concertem as estradas logo, assim pode ir encontrar seu noivo o mais rápido possível.
-Sim. E o que eu mais quero.
Ele se levantou.
-Você o ama? – perguntou de repente
-Sim. – respondi sem hesitar. – Você pensou o que? Que eu estaria chorando até hoje? Que ainda estivesse amando você? Não. – eu terminei de beber e coloquei o copo sobre a mesa de centro. Aquela conversa já estava me exasperando.
-Se esqueceu porque guarda isto aqui? – antes que eu pudesse reagir, sua mão estava dentro da minha blusa, puxando o colar e na ponta do colar o anel que ele tinha me dado há tanto tempo.
Eu não pude responder por um momento.
Como responder o que nem eu entendia?
Então optei pela sinceridade.
-Eu me faço a mesma pergunta todos os dias. – falei secamente.
-Seu noivo transa com você usando isto?
Eu o fuzilei.
-O quê? – não podia acreditar que ele tava fazendo aquela pergunta idiota.
-É só uma curiosidade.
Eu arranquei o colar de sua mão.
-Isto não é da sua conta! – e aproveitando, eu tirei o colar e joguei em cima dele – Fique com isto. Já deveria ter me livrado dele há tempos mesmo. Ele estava no meu pescoço porque eu achava que quem tinha me dado estava morto e era uma lembrança, – minha garganta se fechou – mas agora ele não serve pra nada. A não ser pra me lembrar o quão idiota eu fui este tempo todo.
Eu tentei me afastar, mas de novo, Rob puxou meu braço.
-Não, por favor, deixa eu ir. – pedi fracamente e ele me soltou.
-Me desculpa.
-Pelo o que? – indaguei friamente.
-Por ter feito este comentário sobre o anel e seu noivo. Eu sinto muito mesmo. Foi injusto.
-Ainda bem que você admite.
Ele passou a mão pelos cabelos, uma expressão torturada no rosto. Era como se quisesse falar, mas não fosse possível.
Ou não quisesse.
Ou eu, na minha vontade de entendê-lo estivesse vendo coisas inexistentes.
-Kristen, eu…
-Não, Rob. Vamos parar com isto. Você tem razão. Eu não devia estar aqui. Neste momento eu preferia mesmo nunca ter sabido de nada.
-Eu sei. Eu também preferia que fosse assim.
-Eu vou subir.
-Não. Fica. Eu vou sair.
E antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele desapareceu na noite escura.
Eu andei pela sala vazia.
Vazia como minha alma.
Porque tudo tinha que ser tão complicado?
Sentei em frente à lareira apagada.
Há alguns dias, tudo estava bem. Eu tinha esquecido. Tinha seguido em frente.
E agora Rob voltara para me assombrar.
Deitei a cabeça no chão frio e avistei o anel.
Peguei-o do chão, deixando minha mente ir para três anos atrás, quando tudo era tão fácil.
Era apenas amor e Rob.
E tudo parecia tão perfeito.
E então ele morrera e uma parte de mim morrera com ele.
E eu nem sei por que guardara aquele anel comigo.
Ele não ficava sempre ali. Mas estava sempre comigo.
Claro que eu não usava quando estava com outro cara. Mas eu gostava de tê-lo por perto.
No fundo, eu sabia que tinha que me livrar dele. Mas era uma última lembrança.
E agora não era nada.
Senti lágrimas quentes em meus olhos e chorei por tudo.
Por três anos sofrendo em vão.
E por não ter idéia de como eu seguiria em frente agora, sabendo que Rob estava vivo e respirando em algum lugar no globo.
Quando eu abri os olhos, as chamas tremeluziam no chão de madeira e estava quente.
E eu não estava mais sozinha;
Rob estava deitado ao meu lado, me observando.
Por um momento eu voltei no tempo.
Quando eu acordara tantas vezes ao seu lado.
E ele não tinha morrido pra mim.
-Eu estava fora de mim naquela noite. – ele falou de repente – Eu não estava somente bêbado. Eu estava… drogado.
Eu não falei nada. Não sabia de que tipo de droga ele estava falando. Nós fumávamos maconha naquela época. Era super normal. E era só. Mas algo em seu tom, dizia que não era apenas de baseado que ele estava falando.
-Eu já vinha fazendo isto há algum tempo. Porque era… muito fácil pra esquecer toda aquela pressão. Quando nós começamos a sair, eu parei. De alguma maneira, eu sabia que não precisava mais daquilo. Mas naqueles dias em Londres. Foi fácil de novo usar.
-Que tipo de drogas? – indaguei.
-Todas que pode imaginar e que o dinheiro pode comprar. Aquele cara viu, o paparazzo. Ele tirou fotos. Ele me ameaçou. Acho que eu bati nele, não me lembro bem e entrei no carro. E quando bati, eu liguei para aquele cara e ele estava na minha frente, dizendo que eu ia desaparecer. Nada me pareceu mais perfeito no momento. Na hora ele não percebeu que eu não estava bem. Apenas me levou para um lugar desconhecido. E depois eu não me lembro de muita coisa, a não ser de estar muito mal, numa clínica. E quando dei por mim, eu tinha morrido. – ele falava isto olhando o teto, mas eu não consegui desviar o olhar – A primeira coisa que eu fiz foi procurar minha família. Eles ficaram chocados, mas deixaram a decisão nas minhas mãos. Depois eu procurei você. Eu não sei bem, o que eu diria, ou o que iria fazer. Mas eu precisava te ver. E lá estava você. Com Michael. Estavam entrando na sua casa, e você ria. Parecia… feliz. E eu de repente me dei conta de que não poderia voltar. Não poderia mudar o que tinha feito. De transformar sua vida de novo. Não quando parecia estar bem. E feliz.
Eu me sentei, revoltada com aquela história.
-Como podia achar que eu estava feliz? Você tinha morrido! Não podia ter feito isto. Tinha que ter falado comigo, eu merecia saber! Nem que fosse pra você sumir da minha vida de novo, terminar de vez comigo e ir morar no Alasca. Eu merecia saber!
-Talvez tenha razão. Mas me pareceu muito certo na época. Não era pra ser Kristen.
Eu fechei os olhos, encostando a cabeça na parede a minhas costas.
-Não tem como ter certeza disto.
De repente, Rob estava sentado ao meu lado. Mas eu não abri os olhos.
Ainda estava meio entorpecida por suas palavras.
Eu queria saber a verdade, mas de nada adiantara.
A realidade ainda era a mesma.
-Eu vim pra cá e decide esquecer, Kristen. Passei três anos praticamente comigo mesmo, me perguntando todos os dias se você era feliz.
Eu abri os olhos.
-E você é feliz?
-Eu estou morto.
-Isto não é resposta.
-Eu não sei. É estranho, é como apenas… deixar os dias correrem.
-Não entendo como pode viver assim, como pode… simplesmente virar as costas pra tudo.
-Não tente entender. Apenas…viva sua vida Kristen.
Eu o fitei.
-É o que estou fazendo.
-Eu queria apenas que me respondesse uma pergunta. – ele fez uma pausa – Eu quero saber se você é feliz. Eu preciso saber se você é feliz. Por que eu saberei que tudo o que eu fiz não foi em vão.
-Eu não entendo você. – murmurei.
-Este cara te faz feliz?
-Faz. – respondi num fio de voz. Mesmo já não tendo mais certeza disto.
-Então tudo vai ficar bem Kris. A chuva vai passar e você vai poder voltar pra ele. E eu continuarei morto.
-Acha mesmo que isto é possível?
-Não era pra você saber, mas agora terá que esquecer.
-Eu não sei se consigo.
-Você já esqueceu. Seguiu em frente. O anel no seu dedo é a prova disto. Até chegar aqui e me ver… tudo estava bem. Eu sinto muito por tudo. Sinto por você estar aqui.
-Mas não sente por ter morrido pra mim?
-Eu não posso responder esta pergunta, Kristen. O que está feito, está feito.
-Você tem razão.
-Apenas, vamos tentar conviver até que possa ir embora.
-Tudo bem.
Eu abri minha mão e o anel que ele me dera estava lá.
-Acho que está na hora de se livrar disto. – ele disse com um sorriso triste.
E por um momento me lembrou tanto o antigo Rob, que eu achei que meu coração fosse se partir em mil pedaços.
E meu estômago se revirou também.
Ah Deus, eu ia vomitar.
Rápido, eu me levantei e corri para o banheiro.
Quando eu saí de lá, minutos depois, estava pálida e trêmula.
E Rob estava do lado de fora.
-Está bem?
-Agora estou.
Eu parei de repente.
Algo martelando em minha mente.
Oh Deus.
Eu senti uma vertigem.
-Kristen? – Rob me chamou e eu o fitei – Está doente?
-Eu posso estar grávida.

Continua…

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