sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FANFIC - WITHOUT YOU - CAPÍTULO 6



Título: Whitout You 
Autora(o):
 Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Shipper: Robsten
Gênero:
 Romance, drama
Censura:
 
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Capítulo 6

Eu parei de respirar por um momento atordoante enquanto as palavras ríspidas dele pairavam entre nós.
-O quê? – consegui balbuciar.
Eu queria que ele repetisse. Eu queria ter certeza do que ouvia.
Rob desviou o olhar, passou a mão pelos cabelos, num gesto de frustração que eu conhecia tão bem.
E quando voltou a me fitar, não havia mais tormenta em seus olhos e sim apenas um vazio.
-Esquece isto.
E dando meia volta, ele saiu batendo a porta.
Eu ainda fiquei ali parada por instantes sem fim, até que minhas pernas não aguentaram mais e eu me aproximei da cama lentamente, me sentando.
Levei a mão ao peito, como se assim pudesse conter as batidas doloridas.
Como assim Rob estivera em Los Angeles? Depois de tudo, depois de decidir me abandonar, fingindo aquela morte horrenda, ele voltara.
E por quê?
“Voltei por você”.
O que ele quisera dizer com isto? Que se arrependera? Que voltara pra me explicar?
Ou apenas queria me ver de relance e ver que seu plano sórdido tinha dado certo?
E como ele ousava jogar mais aquilo na minha cara e sair me mandando esquecer?


Eu precisava de respostas e precisava agora. Estava cansada de ficar no escuro.
Decidida, eu me levantei e saí do quarto a sua procura.
Talvez fosse uma idiota completa, mas mesmo assim eu fui atrás dele.
Andei pela casa inteira, mas não o encontrei.
-Rob? – Chamei no corredor vazio.
Nada.
Abri a porta e saí. A chuva ainda caía fracamente. Mas não havia sinal de Rob.
O que dizer? Que eu fiquei com medo? Medo dele desaparecer no ar novamente?
De nunca mais o vê-lo? Que espécie de doente eu era?
Eu não o amava mais. Na verdade, eu chegava perto de odiá-lo.
Comecei a tremer e entrei, me sentei na sala e me encolhi no sofá, fechando os olhos.
Não havia mais lágrimas, havia apenas aquele medo sem sentido de Rob ter sumido e me deixado sozinha.
Como ele fizera uma vez.
Eu devo ter dormido porque quando abri os olhos a sala estava numa semi-escuridão e um cobertor me cobria.
Me sentei, meio tonta, piscando e meu coração deu um salto ao ver Rob no meu campo de visão.
Ele estava sentado em outro sofá, me observando e havia uma garrafa quase vazia de whisky na mesa de centro a sua frente.
Não era difícil imaginar o que ele estava fazendo.
-Há quanto tempo está aí? – quebrei o silêncio, passando a mão pelos cabelos.
Ele deu de ombros.
-Algumas horas.
Eu olhei para fora. Já anoitecera.
-Onde estava? Eu o procurei pela casa inteira.
-Fui dar uma volta.
-Estava chovendo.
Ele riu, uma risada sem humor, pegando a garrafa e levando a boca e não falou nada.
Eu me levantei, indo até a janela. A noite estava escura através da chuva eu podia ouvir as ondas arrebentando nos recife.
-O que quis dizer quando disse que foi pra Los Angeles?
-Falei pra esquecer isto. – respondeu depois de um instante de silêncio.
Eu me virei, irritada.
-Como pode querer que eu esqueça? Estou cansada de tentar entender os seus motivos.
-Então não tente.
-Você me deve isto.
Ele riu, levando de novo a garrafa a boca.
-Não te devo nada.
Eu me aproximei sem pensar e retirei a garrafa de sua mão que voou pelo aposento indo se espatifar no chão.
-Você me deve três anos se sofrimento!
Rob se levantou na minha frente e eu dei um passo atrás, mas não deixei de fitá-lo.
-Você quer saber por que voltei pra Los Angeles? Eu já não te disse?
-Disse que voltou por mim, e quer que eu acredite?
-Mas é a verdade.
-Primeiro você quer que eu acredite que morreu e depois volta sem mais nem menos? O que achou? Quer dizer que se eu não estivesse com o Michael, você teria aparecido de novo na minha frente como se nada tivesse acontecido?
-Então estava mesmo com o Michael.
-Isto é tão injusto! Como pode ficar parado aí me acusando de coisas que nem sabe, e que nem tem o direito de saber! Quem tem direito a acusações aqui sou eu! E eu quero saber por que diabos resolveu voltar para os Estados Unidos se tinha morrido?
Rob passou a mão pelo cabelo, exasperado. Podia perceber que ele estava tão bravo quanto eu, mas estava se contendo.
Mas eu não me importava. Eu queria briga. Eu precisava brigar com ele. Precisava achar um escape para todo aquele ódio dentro de mim.
-Vamos, responda! – gritei o empurrando.
Ele não se mexeu e nem falou.
-Responda! – gritei – Por que me disse isto, se não vai responder? Por quê?
Eu o empurrei novamente. Uma, duas, três vezes. Meus punhos batendo contra seu peito com força.
Até que ele segurou meus ombros.
-Acha que isto e fácil pra mim? Acha que eu sinto alguma satisfação em ter você perto de mim de novo, depois de desistir de você? Eu sei muito bem o mal que eu fiz. E eu convivo com isto há três malditos anos. Nem eu sei dizer por que eu voltei. O que esperava encontrar. Talvez esperasse mesmo você com ele. Eu sempre esperei isto.
-Ah meu Deus! Pare de falar do Michael! Isto não tem nada a ver com ele e sim com a sua covardia! – eu tentei me desvencilhar das mãos que me seguravam e apertavam meus braços, então Rob me soltou.
-Você não deveria estar aqui me exigindo respostas, Kristen. Porque precisamos disto? Você vai voltar para Los Angeles e eu continuarei aqui depois que a chuva passar.
-Ainda morto não é? – respirei fundo tentando me acalmar.
Claro que ele tinha razão. Porque me preocupar em discutir e entender?
Do que adiantaria? Para o que Rob fizera não havia volta. Ou perdão.
Eu ia querer saber por que ele voltara um mês depois pra que?
Pra nada. Nada.
O passado estava morto e enterrado.
Mas eu ainda podia ter algum tipo de satisfação egoísta com aquilo.
-Eu voltei com o Michael sim. Ao contrário de você, ele sempre foi meu amigo e sempre esteve lá por mim, talvez eu devesse ter levado isto em conta quando o deixei pra ficar com você, acreditando que você falava sério quando disse que me amava.
Eu me virei para fugir dali, mas uma mão me fez voltar.
-Eu nunca disse que não te amava.
-Você nunca me amou Robert. Se me amasse não teria me deixado.
-Justamente porque eu te amava que eu tinha que te deixar! Será que não entende isto?
-Eu não acredito nisto! – puxei o braço com força – Eu odeio você e nunca vou te perdoar pelo o que me fez. E eu vou embora daqui agora, porque não suporto ficar mais nem um minuto na sua presença.
-Não vai a lugar algum. – suas palavras vieram acompanhadas de suas mãos em meu braço, me puxando.
E um segundo antes que eu sentisse a boca dele sobre a minha, tive total consciência do que estava acontecendo, mas forças nenhuma para recuar.
E então, Rob estava me beijando.
Era como estar num sonho, ou um pesadelo.
Eu passei três anos achando que ele estava morto. Tentando me esquecer de sua existência.
Convencendo a mim mesma que jamais sentiria seus braços em volta de mim de novo, ou sua boca sobre a minha.
E agora, contrariando todas as expectativas, os lábios de Rob estavam sobre os meus.
Mas não havia a mesma doçura de antes. Era um beijo quase desesperado, doloroso.
Não havia sentimentos bons naquele beijo.
Nem dele e nem meu.
E mesmo assim, minhas mãos se agarraram com força em sua camisa, enquanto minha mente girava e meus lábios se entreabriam a força dos dele, para que a sua língua forçasse a entrada, enroscando-se na minha. Um gemido baixo escapou de minha garganta e eu tremi. Uma onda de puro desejo passou entre nós e nada mais importava a não ser o movimento aflito de nossos lábios, tirando tudo um do outro.
Seus braços me apertavam, uma mão se enroscava no meu cabelo e a outra, descia por minha costa, meus quadris.
Meu coração batia desesperado no peito, num ritmo enlouquecido.
Rob apartou os lábios dos meus e seguiu uma trilha de beijos quentes por meu rosto, minha garganta, a barba arranhando minha pele, seus dentes mordiscando meu ombro. Os dedos subiram para encontrar meu seio por cima da camisa e eu ofeguei, perdida, buscando seus lábios novamente, me deliciando com seu gosto.
Ainda era o mesmo.
Oh Deus, ainda era o mesmo gosto do cara que eu amara mais que tudo um dia.
E que havia me deixado.
A realidade voltou a minha mente como um balde de água fria e eu o empurrei com força.
Rob não ofereceu resistência em me soltar.
Ficamos nos encarando, ofegantes por um instante.
Até que eu limpei minha boca com as costas da mão, tentando imprimir o olhar de mais nojo que eu consegui.
-Nunca mais ouse por as mãos em mim.
Eu quase corri para o quarto, sem pensar muito no que estava fazendo, apenas era imperativo que eu me afastasse o mais rápido possível.
Peguei minhas coisas de qualquer jeito e desci as escadas, passando por Rob, sem ao menos olhá-lo, saí para a chuva.
Enquanto corria, senti as lágrimas quentes no meu rosto, me perguntando quando que eu pararia de ser idiota. Rob não merecia nenhuma lágrima minha.
Não merecia aquela ceninha ridícula na sala. Nem a briga e nem o beijo.
Eu queria mesmo ter sentido nojo por beijá-lo.
Mas o nojo que eu sentia era de mim mesma.
-Kristen!
Oh, droga. Ele viera atrás de mim.
Apertei mais o passo, mas Rob me alcançou facilmente.
-Você não pode sair assim, não tem pra onde ir nesta chuva.
-Não me interessa. Me deixa em paz! – continuei andando com ele atrás de mim.
-Kristen, volte para casa. Amanhã daremos um jeito nisto. – sua voz agora era calma.
-Não, volte você pra seu precioso refúgio! E esquece que eu estive aqui.
Ele soltou um palavrão e eu respirei aliviada ao ver meu carro na estrada.
-Certo. Fiquei aí. Não vou mais insistir. – ele falou de repente dando meia volta.
-Ótimo finalmente nos entendemos! – gritei entrando no carro e batendo a porta.
Pelo vidro embaçado eu o vi se afastando com um aperto horrível no peito.
Passei as mãos trêmulas pelos cabelos molhados, tentando voltar a respirar normalmente.
Mais calma, virei a chave na ignição, rezando pra que ele pegasse desta vez, mas já sabia que isto não ia acontecer.
-Droga! – resmunguei, desistindo e liguei o rádio.
E quase gemi ao ouvir a mesma música de antes ainda ali.
-Que inferno. – murmurei, me encolhendo de frio.
Talvez eu morresse congelada ali. Mas ainda era melhor do que ficar com Rob.
Estava se tornando insuportável pra mim, me manter sob controle.
Eu queria saber e não podia.
E ficar implorando para que ele me explicasse era humilhação demais.
Fechei os olhos, mas só o que eu conseguia pensar era em como eu tinha me esquecido de tudo quando ele me beijava.
Algumas coisas não mudavam nunca, pensei irritada.
E esta era uma delas.
Eu precisava ir embora dali.
Eu não esperava conseguir dormir, mas acabei adormecendo.
E quando acordei, eu não estava mais no carro e sim de volta ao quarto.
Na casa dele.
Levantei a coberta e reparei que não estava usando mais minhas roupas molhadas de ontem e sim uma camisa xadrez. Que não era minha.
Óbvio que Rob tinha voltado no carro e me trazido pra cá e ainda trocara minha roupa.
Suspirei, cansada.
Bem, ele não vira nada do que já não tivesse visto antes, mesmo depois de três anos.
Então eu parei, me lembrando de algo. Minhas mãos voaram para meu pescoço.
Eu tinha me esquecido daquilo.
E droga, claro que estava lá. Há três malditos anos estava lá e agora Rob sabia.
Mordi os lábios sem saber o que pensar. De maneira alguma eu queria que ele tivesse visto, mas agora era tarde.
Me sentia mais calma depois da explosão de ontem e o fato era que eu estava tremendamente cansada daquela situação. Se ao menos eu pudesse ir embora. Mas a chuva ainda caía lá fora, incansável.
Resignada, me levantei e fui pro chuveiro.
Retirei a camisa dele e a dobrei cuidadosamente para devolvê-la.
Aquele gesto me trouxe lembranças de outros tempos, de outras roupas compartilhadas.
Sacudi a cabeça para parar de pensar naquilo.
Me recusava a lembrar do passado.
O presente já era doloroso o bastante.
Saí do chuveiro e procurei minha mala e então me dei conta do porque estava com as roupas dele. Provavelmente todas as minhas estavam molhadas, pois a mala ainda úmida estava por ali, mas minhas roupas tinham desaparecido.
Não havia alternativa a não ser por de volta sua camisa e rezar pra que alguma roupa minha estivesse seca.
Avistei minha bolsa por ali e a revirei pegando algo que tinha esquecido.
Fiquei olhando para o objeto em minhas mãos, antes de colocá-lo. Será que fizera aquilo propositalmente?
Não importava mais.
Estava na hora de fazer o que eu tinha vindo fazer na Irlanda. Seguir em frente.
Eu desci as escadas e Rob estava na cozinha.
Ele me encarou seriamente, meio retraído.
Eu parei, cruzando os braços.
-Alguma roupa minha…
-Estão secando. Mas pode ficar com a minha camisa.
-Eu não posso ficar vestindo isto.
Ele deu de ombros.
-Pegue o que quiser no guarda roupa. Sempre fez isto mesmo.
Eu mordi os lábios para não dar uma resposta atravessada me lembrando de minhas resoluções. Chega de briga.
-Será que eu posso tomar um pouco deste café? – indaguei ignorando seu comentário.
-Claro.
Ele se virou e encheu uma xícara, passando para minha mão e então parou, os olhos fixos em meus dedos.
-O que é isto? – ele segurou minha mão onde um anel de diamante brilhava.
Eu respirei fundo.
-É um anel de noivado.
-Vai se casar?
-Sim.
Os olhos dele ainda estavam fixos no anel, seus dedos passaram por sobre o diamante num gesto cuidadoso e era impossível saber o que ele estava pensando.
-Michael esperou bastante. – ele disse por fim.
-Não é com o Michael. – respondi.
Agora seu olhar encontrou o meu.
Sim, com certeza ele não esperava por isto.
-Quem? – indagou.
-Não te interessa! Você morreu. – eu puxei a mão com força – Mortos não fazem perguntas.
Peguei minha xícara de café e me afastei.
Rob não me seguiu.
Sentei na varanda, olhando a chuva.
Em algum lugar ali na Irlanda, talvez mais perto do que eu imaginava, alguém me esperava.
Era pra isto que eu estava ali. Para encontrá-lo.
O homem com que eu ia me casar.
E eu não pensara nele nem uma vez desde que pusera os olhos em Rob novamente.

Continua...

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