sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FANFIC - WITHOUT YOU - CAPÍTULO 4


Título: Whitout You 
Autora(o):
 Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Shipper: Robsten
Gênero:
 Romance, drama
Censura:
 
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Capítulo 4

Mordi meus lábios com força, desviando o olhar para qualquer ponto além dele. Sabia que eu parecia uma estátua parada ali, mas não me importava.
Rob continuava a se mexer pela cozinha.
-Sente-se, Kristen.
Eu finalmente o encarei e ele apontou para a mesa.
-Coma.
Ele havia posto um jantar.
Eu devia não comer. Mas seria uma espécie de birra e eu não estava a fim de qualquer tipo de jogo.
E eu estava mesmo com fome, afinal de contas.
Me sentei e comecei a comer. E me surpreendi por estar realmente gostoso.
-Desde quando você sabe cozinhar? – indaguei friamente e com uma certa ironia.
-Desde que morri.
Oh, agora ele ia ser sarcástico também?
O fitei com um olhar duro.
E então ele fez a coisa mais estranha. Ele riu. Verdadeiramente riu.
Não com ironia, ou por qualquer outro motivo a não ser divertimento.
Ria sozinho enquanto voltava à atenção para seu prato.
-Posso saber o que e tão engraçado?
-Você!
-Que bom que eu te divirto. Talvez você possa contar uma piada também assim eu também me divertiria. – falei mordaz.
Ele me fitou, não ria mais, mas ainda tinha aquele olhar divertido.
-Sua cara. Este seu olhar… – ele abertamente avaliava meu rosto agora – algumas coisas não mudam.
-O que quer dizer?
-Ainda me da um certo medo quando olha assim. Deve dar medo em todo mundo.
Naquele momento ele não fazia idéia do quão perto estava de morrer de verdade. Juro que minha mão segurou com mais força a faca entre meus dedos e eu respirei fundo algumas vezes para me acalmar.
Ele não valia a sujeira, disse a mim mesma.
Apesar de que se eu o matasse, e o enterrasse no quintal, quem saberia?
Não se mata alguém que já morreu.
E desta vez que riu fui eu.
Ok, talvez eu tivesse meio histérica, mas quem se importava?
Rob me fitou intrigado, enquanto eu ria.
-O que é engraçado? – perguntou por fim.
Eu tomei um gole de água.
-Eu estou pensando que, se eu te matasse agora, quem iria descobrir? Eu poderia sair por esta porta calmamente e ninguém saberia de nada.


-Porque já estou morto?
-Sim. Isto não é verdadeiramente engraçado?
-É algum tipo de humor negro.
-Minha vida parece ter se transformado numa comédia de humor negro desde que eu encontrei você. – falei, já sem rir.
Não tinha como manter o humor por muito tempo naquela situação.
Tudo continuava o mesmo.
Eu ainda queria estar à milhas dali.
E principalmente, eu queria nunca ter posto os olhos nele novamente.
Queria nunca te sabido daquela verdade horrenda.
Ele continuaria morto e enterrado. Pra sempre.
-Talvez seja algo bom a se fazer. – ele falou de repente e eu levantei o olhar.
-O quê?
-Me matar.
-Está dizendo que seria bom eu matar você?
-Eu já estou morto.
Eu continuei fitando-o. A tensão era quase palpável em meio ao silêncio.
E havia algo em seu olhar, que eu queria entender.
Mas ele desviou antes que eu pudesse definir.
Um nó começou a se formar dentro de mim e eu empurrei o prato, me levantando.
-Eu vou dormir. Me avise quando quiser que eu mate você.
Me afastei com passos duros e me tranquei no quarto, me jogando na cama, sem me preocupar em tirar a roupa.
Eu duvidava muito que conseguiria dormir mesmo.
Olhei o teto acima de mim, ouvindo a chuva bater na janela.
Mas eram seus olhos que eu via. O olhar que ele me lançou na cozinha.
E de repente eu entendi o que me parecia.
Parecia o olhar daquelas pessoas que tinha desistido de viver.
Daquelas para qual não havia mais nada para que viver.
Fechei os olhos com forças.
Eu não queria pensar naquilo. Não queria ficar interpretando seus olhares.
Queria apenas suportar o tempo em que seria obrigada a ficar ali sem enlouquecer.
Me virei e tentei dormir.
Claro que foi em vão.
E apenas tentei não pensar enquanto as horas passavam.
E quando amanheceu eu ainda estava com os olhos abertos.
Me levantei, sentindo meus ombros doloridos e olhei a janela. Tinha parado de chover.
E o dia ainda estava nublado, mas estava límpido.
Ao longe eu vi o mar.
Não parecia tão longe.
Eu calcei meu tênis e uma blusa.
E saí do quarto.
De repente me perguntei onde Rob estaria?
Será que tinha mais quartos ali?
Mas a pergunta foi respondida quando eu passei por uma sala e o vi dormindo no sofá.
Eu parei aturdida.
Então possivelmente não haveria outros quartos na casa.
Bom, isto não era problema meu.
Não pedira para estar ali.
Irritada, eu abri a porta e saí para a manhã fria.
Me encolhi enquanto andava rápido em direção ao mar. Estava mais frio do que eu pensava e o vento açoitava meus cabelos.
Apertei o passo e me dei conta que na verdade era mais longe do que eu imaginava.
Mas não desistiria. Eu precisava daquilo. Distância.
Cheguei ao fim. E vi o mar revolto lá embaixo.
Mas estava além das pedras.
Mordi os lábios. Eu conseguiria descer.
Sem pensar muito eu coloquei o primeiro pé sobre a pedra escura e comecei a descida.
Eu não sei bem o que aconteceu. Num minuto a pedra seguinte parecia bem sólida e no outro eu estava no ar, minhas costas bateram contra algo duro e eu gritei, para depois começar a derrapar sobre as pedras ásperas.
Por um instante eu não consegui respirar, a dor me cortando.
Então gemi, tentando me mexer.
-Kristen!
Oh Deus. Era o que faltava. Lá estava ele, aproximando-se com passos rápidos e bem seguros. Claro que ele não iria cair como eu!
-Você está bem? – Rob se ajoelhou ao meu lado e antes que ele pudesse fazer qualquer coisa eu me obriguei a sentar, ignorando a dor.
-Estou bem! – falei seca, tentando me levantar, mas gemi de dor e sua mão segurou meu braço.
-Não se mova.
Foi só um tombo, pelo amor de Deus! – exclamei entredentes.
-Você pode ter quebrado alguma coisa…
-Estou bem, já falei! – gritei, continuando a tentar me levantar. Vendo que eu não ia desistir, ele me ajudou a ficar de pé.
Rapidamente, eu desviei suas mãos de mim.
-Não devia ter vindo aqui, o que diabos estava pensando?
Oh, agora ele estava bravo? Que se danasse.
Eu me virei, ignorando a dor nas minhas costas e comecei a subir.
Eu estava brava não só com ele agora, mas comigo mesma por ser tão estúpida.
Eu poderia mesmo ter me machucado seriamente e seria para que?
Podia ouvir seus passos atrás de mim, mas sabia que ele não me alcançava de propósito.
E fazia bem.
Entrei na casa e fui para o quarto, tentando ignorar a dor nas minhas costas.
Ao entrar no banheiro tirei a blusa e me posicionei e tentei olhar minhas costas no espelho. Estava vermelha e machucada em alguns pontos.
-Droga!
-Precisa cuidar disto.
Eu me assustei ao ouvir sua voz na porta, atrás de mim.
Prendi com mais força a blusa em frente ao peito ao me virar com cara de poucos amigos.
-Não.
Ele não falou nada, apenas entrou no banheiro e abriu um armário, pegando algo que parecia uma pomada.
-Não seja teimosa. Deixa eu ver?
Eu hesitei.
De maneira alguma eu o queria perto de mim mais do que o necessário.
Mas minhas costas estavam mesmo machucadas e jamais eu iria alcançar sozinha.
E seria extremamente infantil eu negar que ele ajudasse agora.
Contrariada eu virei de costas pra ele.
Nossos olhares se encontraram através do espelho.
-Isto pode doer. – avisou.
Eu desviei o rosto.
Seus dedos mornos tocaram as escoriações eu quase dei um pulo e ele parou.
Prendi a respiração a espera.
Esperava que ele desse meia volta e saísse dali, na verdade.
Algo dentro de mim gritava para não deixá-lo por a mão em mim de novo.
Eu não estava preparada de maneira alguma para o choque que percorreu minha pele.
Eu tinha esquecido como era seu toque. E o que ele causava em mim.
Mas ele voltou, desta vez eu senti o gelo da pomada sobre os machucados.
-Ai. – gemi fechando os olhos ao sentir a dor.
Mas ela vinha mesclada a um sentimento mais básico, mais profundo.
Algo que eu achara que não fosse sentir nunca mais.
Os dedos dele passando por minha pele, como se ele tivesse me acariciando.
Tanto tempo. Havia um tempo que queria sentir de novo suas mãos sobre mim, mais do que tudo. A ausência total do seu toque era dolorida. Era uma dor quase física.
E agora contrariando todas as expectativas, Rob estava me tocando.
E eu odiei a mim mesma por sentir algo que não sentia há muito tempo.
Eu me excitei com seu toque. Eu desejei que seus dedos ultrapassassem minhas costas e fosse além de qualquer barreira.
Passou-se três anos que ele morrera pra mim. Mas ainda estava ali, bem viva, aquela química arrasadora entre nós.
Eu abri os olhos e levantei o rosto para nosso reflexo no espelho.
E seu olhar sobre mim era tão intenso e cobiçoso que eu arfei sem querer.
E então ele também levantou a cabeça e nossos olhares se encontraram e se prenderam.
Ele sabia o que eu sentia e eu sabia o que ele sentia. Era tão simples como respirar.
Ele sabia que meus seios, por baixo da blusa que eu segurava como um escudo, estavam intumescidos e sensíveis, e que imploravam por seu toque.
Ele sabia que todos os pelos do meu corpo estava arrepiados e que meu coração estava disparado no peito. Que um calor úmido se instalara no meio das minhas pernas e que uma languidez me tomava e me deixava fraca e trêmula.
Seus dedos haviam parado, mas ainda estavam em mim, queimando.
Eu ofeguei.
E de repente Rob desviou o olhar e suas mãos se afastaram.
-Basta.
Eu mal vi quando ele saiu, fechando a porta atrás de si.
Depois de um minuto incapaz de me mexer, eu vesti a blusa, não me importando com a dor nas costas. Havia outros tipos de dores bem piores que aquela que me tomavam no momento. E ele avisara que ia doer, não avisara? E estava mesmo doendo. Demais.
Como se não fosse suficiente tudo o que sua presença fazia na minha vida, ainda havia agora aquela maldita atração. De maneira alguma eu podia deixar aquilo me afetar.
Rob era passado morto e enterrado.
Eu ri da ironia. Mas por dentro eu estava com medo.

Continua…

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