quinta-feira, 16 de agosto de 2012

FANFIC - WITHOUT YOU - CAPÍTULO 2

Título: Whitout You 
Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Shipper: Robsten
Gênero:
 Romance, drama
Censura:
 NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Capítulo 2

Eu acordei desorientada.
Abri os olhos e o lugar estava numa semi escuridão.
Por um momento eu não soube precisar onde eu estava.
E então eu me lembrei.
Rob!
Eu me sentei, olhando em volta, procurando por ele.
Mas o quarto estava vazio.
Será que eu sonhara com aquele encontro?
Muito provavelmente, já que Rob estava morto há três anos.
Eu esperei pela pontada de dor que sempre acompanhava este pensamento, mas estranhamente ela não veio.
Em algum lugar dentro da minha mente confusa eu sabia que não fora um sonho.
Por mais doido que parecesse, eu tinha mesmo me encontrado com Rob numa estrada deserta da Irlanda.
Um novo sentimento me tomou, uma urgência de encontrá-lo novamente. De respirar o mesmo ar que ele. De tê-lo ao alcance de minhas mãos.
Sem pensar muito no absurdo daquela situação, eu me levantei e abri a porta, andando pelo corredor vazio, sem rumo. Sentia uma leve tontura, um frio na espinha.
Eu ouvia apenas meus pés descalços sobre o chão e meu coração batendo de um jeito ensurdecedor contra as costelas.
Mal prestava atenção ao meu redor, apenas precisava encontrá-lo. Pra ter certeza que não estava enlouquecendo.
E então, lá estava ele.


Um sol pálido de fim de tarde invadia o cômodo, que eu reconheci como uma cozinha.
Ele estava de costas pra mim, mas se virou assim que ouviu meus passos.
Eu parei, incapaz de me mexer.
Sim. Rob estava na minha frente. Um pouco diferente, com a barba crescida, mas ainda assim meu namorado morto. Ou morto até aquele dia.
Por um instante sem fim, nenhum dos dois se mexeu. Mil coisas passavam pela minha cabeça ao mesmo tempo. Mas eu não conseguia me concentrar em nenhuma.
As perguntas não ditas correndo pela minha mente confusa. Era demais, simplesmente demais.
-Vai desmaiar de novo? – ele quebrou o silêncio. E de novo eu quase tive um sobressalto ao ouvir sua voz. Tão como eu me lembrava… era quase doloroso.
Eu fechei os olhos, sentindo mesmo uma tontura. Mas era porque eu não estava respirando.
Aspirei o ar e soltei devagar. Neste ínfimo segundo, eu me perguntei se Rob desapareceria feito fumaça, mas quando abri os olhos, ele continuava ali.
-Estou sonhando? – consegui murmurar.
Eu podia jurar que seu olhar, apesar de grave, era quase divertido.
-Não.
Certo. A opção do sonho estava descartada.
-Por acaso você é algum tipo de fantasma, espírito, ou algo do tipo?
Desta vez não foi impressão minha o olhar divertido.
-Como Ghost?
Eu quase ri, lembrando deste filme. Tentando me imaginar em alguma cena parecida.
Não, não dava.
-Você… como isto é possível? Como você pode estar aqui na minha frente? Vivo! Eu… eu fui ao seu enterro! – eu dizia cheia de angústia.
Agora não havia nada de divertido em seu rosto.
-Você não foi ao meu enterro
Oh. Sim, claro que eu não fui.
Ele fora enterrado na Inglaterra.
E a Summit havia me aconselhado, ou coagido, a não ir.
E eu não pisara mais lá depois porque eu mesma não queria.
Fora apenas uma maneira de dizer…
Mas que se danasse.
Ele estava bem ali, respirando na minha frente. Há poucos minutos estava até se divertindo com a minha confusão.
Claro que ele podia ser tudo, menos um morto!
De repente eu queria, precisava entender.
-Você não esta morto. – era uma afirmação cheio de acusações.
Ele respirou fundo.
-Não.
Não havia flexão em sua voz.
-Seu carro bateu. Queimou. Não restou nada. – eu tentava organizar meus pensamentos – Você estava morto. Seu corpo foi encontrado carbonizado... – eu falava aquelas palavras e tudo voltava, a dor e o inferno que fora na época – você estava morto! – agora eu estava começando a ficar histérica – Você foi enterrado! Como é que você ainda está aqui na minha frente?!
Um silêncio recaiu sobre nós depois da minha explosão.
Minha mente ainda era um poço de confusão.
Deus. Rob estava vivo. Ele não morrera.
Isto era óbvio, embora parecesse bem bizarro ainda.
Minha tontura piorou e comecei a sentir dificuldade de respirar.
A cozinha estava rodando.
Em um segundo, ele estava do meu lado, os dedos segurando meu braço e uma cadeira apareceu embaixo de mim.
Minha cabeça foi colocada entre meus joelhos e eu só lutava para não perder os sentidos.
-Respira. – ouvi sua voz tensa acima de mim.
Respirei lentamente e fui voltando ao normal. Levantei a cabeça e ele estava ainda próximo e segurava um copo a minha frente.
-Está melhor? – indagou.
Apenas sacudi a cabeça afirmativamente.
-Tome isto.
Peguei e nossos dedos se roçaram.
Os meus, gelados e os dele, quentes.
Eu o encarei, segurando o copo, mas sem tomar nenhum gole do que havia ali.
-Você esteve este tempo inteiro aqui? – indaguei, tentando entender.
Ele não respondeu.
-Você... – minha voz se alquebrou – você forjou a própria morte? – finalmente a pergunta crucial saiu.
E eu sabia a resposta. Era a única possível.
Por um momento ele permaneceu em silêncio, encarando algo além de mim.
E quando voltou a me fitar. Eu tive medo do seu olhar.
Era vazio.
-Sim. – respondeu por fim.
Olhei para minhas mãos segurando o copo.
E foi quando percebi que tudo o que eu acreditara em três anos fora uma farsa.
Todo o meu sofrimento.
Tudo.
Mentiras.
Minha memória voltou há três anos. Stephanie na minha sala, chorando e me contando sobre o acidente.
O dor que eu senti e que durou tanto tempo que achei que jamais ia passar.
E de certa forma jamais passou mesmo.
Ela apenas se cristalizou dentro de mim.
Eu continuei vivendo, trabalhando, respirando.
E ela sempre esteve ali comigo, em algum lugar escondida dentro de mim.
A dor da perda.
Sim. Houve uma perda. Mas não fora para a morte.
Algo foi crescendo dentro de mim.
Revolta.
Meus dedos seguravam com tanta força o copo, que de repente ele se estilhaçou em minhas mãos, mandando mil pedaços de vidro para o chão.
Eu me levantei, ignorando, fitando-o enfurecida, revoltada. Traída.
-Por quê? Eu o encarava com os sentimentos transbordando sem controle dentro de mim.
-Porque fez isto? Porque fingiu que estava morto? Por que… – eu nem conseguia mais falar, as palavras saíram atropeladas de dentro de mim.
-Você se cortou. – ele falou por cima da minha fúria, mas eu mal ouvia.
Eu ia pra cima dele, o olhar cheio de acusações.
-Eu não consigo entender! Você estava morto! Foram três anos! Porque faria uma coisa destas? Isto é… doentio! E… bizarro demais!
-Kristen… você está machucada.
Eu sentia uma leve dor na minha mão e ao olhá-la vi um corte, de onde pingava sangue.
Mas eu não me importava com aquilo.
-Foda-se! – gritei e percebi que ele tentava pegar minha mão e o empurrei.
-Você esta descalça, pare com isto!
-Eu não vou parar enquanto não me explicar porque diabos forjou a própria morte!
Mas ele não me ouvia e suas mãos agora seguraram meus ombros, eu o empurrei.
-Não põe a mão em mim! Eu quero que me conte a verdade! – mas ele conseguiu me segurar e eu me vi suspensa no ar, apesar dos meus protestos, e pontapés e tapas.
-Me solta… me põe no chão! – mas ele não me soltou até que estivéssemos do outro lado da cozinha e então ele me largou.
Eu o encarei, resfolegante da luta e enraivecida.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas não derramadas e um nó duro apertava minha garganta.
Eu queria arranhá-lo. Queria… matá-lo!
-Por quê? – indaguei de novo, com a voz fraca e cansada.
Deus. Como ele pudera fazer aquilo comigo?
Como era possível que estivéssemos naquela situação horrível?
Depois de três anos tentando aceitar sua morte, não era justo que Rob estivesse vivo.
Ele aproveitou minha fraqueza e segurou minha mão, levando para debaixo de uma torneira aberta.
Senti a dor no corte quando entrou em contato com a água.
Mas era bom. Dor física.
Amortecia a dor dentro de mim.
Meu olhar estava baixo, enquanto lágrimas quentes varriam finalmente meu rosto.
-Kris... – ele chamou meu nome e desta vez foi com o mesmo tom que ele usava antes… de morrer pra mim. Era como voltar no tempo.
Uma dor aguda traspassou meu peito.
Eu não o encarei. Continuei com os olhos baixos, chorando.
-Kristen, olha pra mim. – falou firmemente – Sua mão está doendo?
Oh Deus, como se isto tivesse alguma importância!
Eu o encarei desta vez.
-Ah claro. Vamos falar do corte da minha mão e não por que diabos eu estou na frente do cara que morreu há três anos e que de repente aparece na minha frente do nada e surpresa... Ele estava muito vivo! – despejei cheia de ironia e amargor.
Ele ficou em silêncio.
-Eu preciso entender... – minha voz era só um sussurro – preciso saber por quê…?
Rob respirou fundo.
-Você não quer saber.
Eu puxei a mão.
-Ah não?! Sabe o que eu senti quando te reconheci lá na estrada? Eu achei que tivesse vendo um fantasma! Ou que tivesse enlouquecido!
Ele passou a mão pelos cabelos.
-Não era para você estar aqui. Não era… para você saber…
-Que estava vivo? – completei – Que não morreu? Deus… Talvez eu esteja mesmo louca, porque é tão difícil isto! – cobri o rosto com as mãos
-Eu sinto muito.
-Sente? Sente? Eu duvido muito! – fitei-o soluçando.
Nem sabia o que sentia mais.
Eu estava realmente mal. Fisicamente.
-Talvez eu desmaie de novo… talvez eu não aguente isto… – murmurei lutando para respirar.
-Precisa se acalmar. – sua voz era preocupada.
-Eu preciso acordar, porque acho que tô num pesadelo… pesadelo…
Ele se afastou e pegou outro copo colocando em minhas mãos.
-Toma isto.
-Não.
Mas ele já estava me forçando. Não era água, mas eu não sabia bem o que era.
Ele me segurou de novo depois e agora eu estava muito fora de mim pra impedir, quando me pegou no colo.
Eu apenas deixei que ele me levasse sei lá pra onde, a cabeça tombada sobre seu peito.
E eu me permiti aspirar o cheiro que vinha dele. E era exatamente como eu me lembrava e isto acabou comigo ainda mais.
Me sentia como se estivesse drogada.
-Acho que tô chapada… – murmurei e ele riu.
Eu fechei os olhos, a risada única dele entrando.

Continua...


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