sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FANFIC - WITHOUT YOU - CAPÍTULO 11


Título: Whitout You 
Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Shipper: Robsten
Gênero:
 Romance, drama
Censura:
 +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Capítulo 11

Eu não sei o que esperava.
Mas com certeza não estava preparada para a miríade de sensações que passaram por mim em questão de segundos.
Decepção, alívio, resignação...
E tristeza.
Claro que eu sabia o tempo inteiro que aquilo não era real. Rob não era mais real pra mim.
Há três anos. Porque ele escolhera assim.
Pensar nisto me fez sentir de novo aquela ponta de amargura.
Mas agora era apenas isto. Uma ponta de amargura, misturado com tristeza pelo o que não mais podia ser.
Rob não só matara a si mesmo. Ele matara o que tínhamos.
Voltei a fitá-lo. Tentando manter meu rosto vazio de qualquer emoção, sacudi a cabeça afirmativamente.
-Certo. Eu vou me arrumar.
Por um momento, ele não se mexeu.
E eu esperei.
Nem sei pelo o que.
Mas então ele também vestiu uma máscara de fria imparcialidade e sacudiu a cabeça.
-Vou esperá-la lá embaixo.
E ele se afastou fechando a porta atrás de si.
Eu suspirei pesadamente.
Então era isto.
O fim.
Como um zumbi, eu tomei um banho e me arrumei.
Ao arrumar minha mala, eu vi o anel de noivado.
E o recoloquei no meu dedo.
E por um momento ele pareceu muito inadequado ali.
Como as coisas podiam mudar tanto num intervalo de poucos dias?
Enquanto pegava minha mala e descia as escadas, sentia como se houvesse um peso horrível nas minhas costas.
Droga. Era pra eu sentir alívio, não pesar.
Mas ia passar.
Era até normal eu me sentir assim.
Rob fora uma parte importante na minha vida e eu passara três anos achando que ele estava morto.

E do nada, ele aparece vivo na minha frente e eu vejo que tudo o que acreditei durante três anos era uma mentira descarada.
Acho que ninguém na vida passou por isto pra dizer como é. Alguém que você amou voltando do nada, dos mortos.
Natural que eu ainda achasse que havia algum sentimento.
Que eu me deixasse levar por isto, como me deixara levar uma vez na noite passada.
Ok, várias vezes.
Mas agora acabou. Eu vou voltar pra minha vida.
A vida que eu tenho agora. Com outro cara.
Só não sei como vou fazer para esquecer que Rob está vivo em algum lugar do mundo.
Ele estava lá na cozinha me esperando.
Em silêncio, me passou uma xícara de café.
Era tão estranho, estar tão perto e tão distante ao mesmo tempo.
E pensar que a poucas horas estávamos tão perto que não havia espaço entre nossos corpos.
-Você quer comer?
Eu sacudi a cabeça negativamente, não confiando na minha voz.
Eu só queria que aquilo acabasse rápido, antes que eu desmoronasse de vez.
Tomei todo o café rapidamente, não me incomodando em queimar a língua e coloquei a xícara na pia.
-Vamos? – indaguei ansiosa.
Rob apenas me olhou por um momento, impassível, e então sacudiu a cabeça afirmativamente e passou por mim, pegando minha mala.
Eu o segui para fora da casa e vi seu carro parado.
-E o meu carro?
-Eu já liguei para a loja que você alugou. Eles irão mandar rebocar. Mas não se preocupe. Eu levo você.
Caminhamos em silêncio e entramos em seu carro.
Eu sentia como se meus pés pesassem como chumbo.
Meu coração pesava como chumbo.
Rob deu partida e de repente eu exclamei...
– Pare! - ele olhou pra mim - Não é uma boa ideia, fazer isto… me levar.
-Não há outra maneira, Kristen.
-Você sabe onde está me levando Rob?
-Achei que tivesse o endereço.
-Não é disto que estou falando!
Sim, ele entendeu agora, porque seu olhar estava tão sombrio como breu.
Por um momento ele olhou pra frente e nada falou.
A tensão era quase palpável.
-Eu sei, sim, Kristen. Estou levando você pra outro cara. – ele olhou pra mim – Não foi isto que veio fazer aqui?
Eu sacudi a cabeça afirmativamente.
-Então é isto que vai fazer.
Ok eu queria tornar aquilo mais fácil, mas, sinceramente, acho que o tempo das facilidades tinha passado a pra mim há muito tempo.
Não havia maneira de ser fácil.
-Certo. Então vamos. – eu mexi na minha bolsa e entreguei o endereço a ele.
-Não é longe. – Rob falou e deu partida no carro de novo.
Não era longe. Era esquisito pensar que minha outra vida estivera tão perto enquanto tudo se desintegrava ali.
Era mesmo uma grande ironia que vindo encontrar o homem com que eu pretendia passar o resto das minha vida, eu encontrasse Rob.
Mas agora estava tudo acabado.
Era isto.
Eu estava indo embora.
Olhei a paisagem a minha volta, enquanto o carro prosseguia e minha mente ia relembrando lentamente todos aqueles dias com Rob.
Tão surreal.
Dias que teriam que ser esquecidos e enterrados no fundo da minha mente.
-É isto.
Eu voltei à realidade e o carro tinha parado em frente a um imenso gramado e uma casa ao fundo.
Oh Deus. Por um momento eu senti um apavoramento sem sentido. Como uma criança que é deixada pelos pais na escola no primeiro dia de aula.
Mas eu não era uma criança.
E eu tinha que saltar daquele carro. Agora.
-Obrigada. – sussurrei por fim. Sem dramas.
Rob não falou nada.
Eu respirei fundo e minhas mãos tremeram quando tocaram a porta do carro.
-Espera...
A voz dele ao meu lado pareceu saída da minha imaginação.
Eu o fitei.
Meu coração falhou uma batida e eu esperei.
Rob me olhou por um momento, antes de desviar o olhar.
E eu achei mesmo que eu tinha imaginado ele me chamando.
-Eu fico vendo você ir e a ironia é que eu queria que você ficasse. É como se fosse pior. Pior do que deixar você da primeira vez.
-Eu não fui a lugar algum. Você quem foi. – murmurei.
-Eu sei. Eu sei que o que eu fiz não tem perdão. Nem volta. E lido com isto há três malditos anos. Eu nunca… quis te fazer mal e talvez eu nunca, até a hora que a vi naquele carro tenha percebido o quanto mal eu fiz a você. O mal que eu fiz a mim mesmo, este eu terei que conviver com ele. Eu só queria dizer… eu sinto muito.
Eu não disse nada. O que eu poderia dizer? Eu só tinha vontade de chorar.
Chorar até que não houvesse mais nada dentro de mim. Nem sentimento. Nem dor.
Todas as palavras dele era muito corretas.
Não havia perdão. E não havia volta.
Havia apenas o caminho a minha frente.
Eu tinha que sair daquele carro. Mas era como se eu estivesse amarrada ali. Meus olhos se fecharam, para impedir as lágrimas de caírem.
Fuja. Era só o que meu senso de autopreservação gritava.
-Eu preciso ir. – murmurei abrindo os olhos.
Eu olhava fixo para frente, nunca para ele.
E da onde eu estava eu o vi.
Ben estava vindo em nossa direção.
Eu nunca me senti tão mal na minha vida.
Nem quando eu descobri que Rob estava morto. E nem que estava vivo.
Meu peito doeu.
Rob seguiu meu olhar.
-Vá, Kristen. Eu quero apenas… que você seja feliz. Eu sempre quis isto. Acima de qualquer coisa. Se eu souber que você está bem…
-Eu ficarei bem. – garanti. Como se tentasse convencer a mim mesma.
Meus dedos voltaram para a porta e eu a abri.
-Quando você disse pra mim que estava grávida... eu também desejei que você não estivesse. – sua voz agora era apenas um sussurro também e o nó na minha garganta se intensificou e eu parei por um instante – Eu também desejei que fosse possível…
Eu não ouvi o resto. Eu pulei para fora do carro, batendo a porta com força e forçando meus passos em direção a outro homem.
A cada passo que eu dava, eu sentia algo morrendo dentro de mim.
De novo.
Fixei meus olhos em Ben e ele sorriu, mas tudo o que eu consegui foi não chorar.
Eu nunca mais choraria por Rob.
Por que ele não ia existir mais pra mim.
-Finalmente você chegou.
Suas mãos me encontraram e eu deixei que ele me abraçasse e tentei sentir a mesma coisa de antes.
Mas eu não senti.
Eu não senti nada.
Apenas um vazio.
Ele me encarou.
-Você está bem? O que aconteceu?
-Eu… a chuva… fiquei presa…
De repente seu olhar passou além de mim.
-Quem é aquele?
Eu me virei.
Rob ainda estava ali, encoberto pelas sombras do carro.
Mas eu podia sentir seus olhos fixos em nós.
Respirei fundo.
-Não é ninguém. É apenas… uma cara me ajudou. – murmurei, enquanto ele finalmente dava partida e se afastava.
Eu lutei contra o desejo inútil de chamá-lo de volta.
-Ele me lembra alguém… – Ben comentou.
Eu pisquei pra afugentar as lágrimas e nada falei, eu não conseguiria falar o que quer que fosse naquele momento.
-Você está gelada, – seus braços me envolveram. – vamos entrar. Meus pais querem conhecê-la.
Eu deixei que ele me levasse e olhei para trás uma última vez.
Mas o carro tinha desaparecido.
Rob tinha desaparecido da minha vida de novo.
Eu o acompanhei para dentro da casa arejada e estranha.

O tempo inteiro ele falava comigo e eu acho que respondia, mas na verdade eu não conseguia absorver nada. As coisas passavam por mim como um borrão indistinto.
Seus pais foram apresentados a mim e muitas perguntas foram feitas.
Eu sorri, conversei.
Por fora era a Kristen de antes de o meu carro quebrar na Irlanda.
A Kristen que tinha finalmente aceitado que Rob morrera e que precisava seguir com sua vida.
Que tinha encontrado alguém que, não sendo a mesma coisa, porque nunca seria, pelo menos a fazia feliz.
Mas por dentro eu estava gritando.
Estava tudo errado.
Eu não queria nada daquilo. Eu não queria estar ali.
Eu não queria este cara do meu lado.
Eu queria a vida que fora roubada de mim há três anos.
Eu queria Rob.
-Kristen? Kristen?
Eu voltei à realidade com a voz de Ben me chamando e fixei nele meu olhar perdido.
Ele sorriu.
-Você está bem? Está distraída.
-Talvez esteja com sono. – o pai dele comentou e eu acenei, achando a saída perfeita.
-Sim. – eu me levantei da mesa onde acabávamos de jantar e eu mal tocara na comida. – Se me derem licença
-Eu vou com você. – Ben falou preocupado.
-Não, fique. Está cedo.
-Tudo bem, eu subo daqui a pouco.
Eu assenti, distraída, louca para sair dali e subi as escadas.
Ouvi o barulho da chuva que começava a cair novamente.
Entrei no quarto que dividiríamos.
Olhei a janela aberta. Meus olhos percorrendo os campos sem fim. Querendo enxergar além.
O vento frio soprou meus cabelos.
A chuva havia voltado a cair com força total agora.
Pensei em como conseguiria agir com Ben como antes. Quando pensava que Rob estava morto.
Quando eu achava que o amava.
Porque a verdade agora era clara como água.
De repente eu soube o que precisava fazer.
Abri a porta do quarto e desci as escadas silenciosamente.
Podia ouvir a conversa de Ben e seus pais através do corredor.
A chave do carro dele estava em cima do aparador e eu a peguei.
Saí para o jardim, ignorando a chuva que me molhava.
Não foi difícil localizar o carro.
Eu dei partida.
Não havia mais volta agora.
Eu estava indo atrás de Rob.

Continua…

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